Para o autor o cenário é uma base para conversões estratégicas que levam à aprendizagem
organizacional constante com relação a decisões-chaves e prioridades. Para tanto, deve-se
escolher de três a cinco futuros mais representativos e fazer com que a organização reflita
sobre os mesmos. O objetivo da criação de cenários não é uma
fotografia precisa do amanhã, mas dar subsídios para tomar decisões estratégicas mais
acertadas e abrangentes.
A metodologia proposta por Schwartz para elaboração de cenários é composta por oito etapas:
1 – Identificação da questão central: etapa na qual é definida a questão estratégica que
ocasionou a construção de cenários alternativos.
2 – Forças chave no ambiente local: após definição do propósito da construção de cenários,
deve-se identificar e listar as principais forças do ambiente local, que influenciam no sucesso
ou fracasso da questão central.
3 – Forças Motrizes no macroambiente: após listar os fatores chave devem-se identificar as
forças motrizes do macroambiente que influenciam ou impactam na evolução da questão
central. Essa é a etapa mais intensa do processo de construção de cenários, fazendo-se
necessário realizar pesquisas que abranjam mercados, novas tecnologias, fatores políticos,
forças econômicas, entre outras.
4 – Ranquear por importância e incerteza: ranquear as forças motrizes e fatores-chave de
acordo com dois critérios: o grau de importância para o sucesso da questão central e o grau de
incerteza que permeia esses fatores e tendências. O objetivo é identificar os dois ou três
fatores ou tendências que se mostram mais importantes e mais incertos.
5 – Seleção das lógicas dos cenários: após listar por importância e incerteza os fatores-chave
e as forças motrizes, passa-se a etapa da seleção das lógicas dos cenários. Etapa esta parte da
análise do comportamento das variáveis ranqueadas, posicionando-as nos eixos ao longo dos
quais os cenários serão desenhados. A determinação dos eixos é a etapa principal do processo
de construção de cenário. O ideal é terminar o processo com apenas alguns cenários, cujas
diferenças ocasionaram diferentes decisões a serem tomadas pelos estrategistas.
6 – Descrição dos cenários: neste momento detalham-se as lógicas de cenários previamente
definidos. Para tanto, deve-se revisar a lista de fatores e tendências principais (etapa 2 e 3).
Segundo o autor os cenários devem ser explicados de forma narrativa e apresentando
detalhadamente a evolução durante o horizonte preestabelecido de tempo.
7 – Implicações: após a descrição dos cenários em detalhes, faz-se necessário voltar à questão
principal, para então, verificar, em cada cenário, as possíveis implicações de cada decisão, as
oportunidades existentes bem como as vulnerabilidades da organização. Desse modo, deve-se
imaginar qual impacto teria uma decisão em todos os cenários descritos e se a estratégia
poderia ser adaptada caso o cenário desejado não acontecesse.
8 – Seleção de indicadores e sinalizadores principais: selecionar indicadores e sinalizadores
que possibilitem um monitoramento contínuo. Segundo o autor, ao escolher esses indicadores
de forma cuidadosa a organização poderá obter um salto competitivo ao se apropriar de forma
correta desse monitoramento, pois terá mais informações de como o futuro poderá afetar a
estratégia organizacional e as decisões na indústria. Assim poderá se posicionar da melhor
forma frente ao mercado.
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